A
Menina que Gostava de Chuva
Era
uma vez uma menina que sempre gostou de chuva,
ainda
que isso não fosse muito normal para uma criança daquela idade.
Ela
gostava de ouvir
o
barulho dos pingos na janela,
de
dançar na chuva fresquinha,
que
molhava tão devagarinho.
E
do cheiro...
Do
cheirinho de terra molhada que a chuva trazia.
Numa
manhã a menina viu a avó desenhar um sol com carvão,
no
parapeito da janela.
A
menina não entendeu nada, mas ficou olhando para o desenho,
um
solzinho pequenininho, no cantinho...
E
a janela era tão grande...
Tão
grande, que ela pegou o carvão
e
desenhou o que mais gostava...
Um
montão de nuvens ao lado do sol
e
das nuvens, ela fez muitas,
muitas
gotinhas caindo...
A
menina não entendeu quando choveu,
choveu,
choveu...
Choveu
por toda uma semana, até que a avó da menina
descobrisse
o que tinha acontecido.
E
a avó riu com a menina.
Os
dias foram passando...
Ora
fazia sol,
Ora
chovia. E a menina ria...
Chovia,
fazia sol, chovia, fazia sol.
Chovia,
fazia sol...
E
a menina foi crescendo.
Cresceu,
cresceu...
Cresceu
tanto que agora grande,
era
ela quem tinha uma menininha...
Que
também gostava de chuva.
Um
dia, as duas foram juntas ao jardim.
A
menina, agora grande, contava à menininha, sua filha,
as
histórias que ouvia de sua avó.
Estavam
regando as flores, quando, de repente,
sentiram
de longe o cheirinho de terra molhada,
cheirinho
de chuva...
E
as duas meninas, uma grande, outra pequenina,
dançaram
na chuva...
E
riram... riram muito.
Morgan
Maia – Janeiro/2006